segunda-feira, 4 de abril de 2011

O sexo como “catecismo” de Carlos Zéfiro

 Adilma Vasques
          Para falarmos de sexo não poderíamos no esquecer de Carlos Zéfiro, pseudônimo usado por Alcides Caminha, pois era funcionário público e não poderia expor sua identidade para não perder seu emprego.
          Conhecido como o pioneiro do erotismo brasileiro na década de 50, Zéfiro se habilitava a escrever revistas pornográficas conhecidas como “catecismo”, ou seja, era o aprendizado sexual dos adultos e adolescentes, as quais davam vazões as suas fantasias sexuais e eróticas. Seu maior estilo não era como desenhista, pois copiava os desenhos de outras revistas em quadrinhos e fotonovelas, no entanto os roteiros e suas histórias eram muito realistas e narradas na primeira pessoa, com conquistas amorosas que culminavam com diversas posições sexuais que tiravam o fôlego.  Sem contar com o texto que prendia a atenção dos seus leitores.
          Essas revistas relatavam histórias de todo tipo: sexo com empregada, dentro do carro, no mato, etc., mostrando de forma clara as diversas posições deixando qualquer Kama Sutra parecendo gibis para a galera. Sem levar em conta que nos anos 50 a 70, eram raras as revistas de sexo que temos atualmente, principalmente tratando-se de uma época de repressão política, sexual, cultural e social. Para época essas revistas causavam muito impacto na sociedade, pois eram imagens sexuais de várias posições, as quais eram tidas como perversão para os jovens, adolescentes e adultos, ou seja, servia para corromper a integridade moral e sexual dos mesmos. No entanto, o “catecismo” de Zéfiro servia como meio para seus súditos liberarem a libido através dessas fantasias sexuais.
          Atualmente os jovens e adultos talvez não sintam tanta necessidade de se deleitar em revistas, porque não temos mais censura na mídia. Portanto, ver sexo explícito nos cinemas, na televisão e etc. já faz parte do cotidiano. E hoje o sexo é tratado de forma aberta para todas as classes sociais: nas escolas, em casa, no trabalho e tantos outros ambientes do dia-a-dia. E foi muito importante abrir esse espaço para as questões sexuais para que pudesse quebrar esse tabu de que sexo é algo podre e nojento. Pelo contrário, sexo entre casais que se amam é bom e saudável, mesmo porque se trata de uma necessidade biológica. O que não deve ser feito é o sexo aleatório, ou seja, apenas por prazer e não por amor.

Um comentário:

  1. Vale ressaltar que a internet é também um veículo poderoso atualmente no sentindo de promover maior acesso a conteúdos eróticos e/ou pornográficos.
    Outra questão é que: está liberação sexual não significa, que haja mesmo liberdade no sentido literal. A quebra de alguns tabus, muitas vezes provoca outros.
    É nítida a necessidade de educação sexual e emocional, visto que poucos são os que aproveitam esta "liberdade" com responsabilidade e consciência.

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